AO MAR
Amo-te, oh, mar! És como eu sou - poeta!
Es travesso, na praia, a ondear, risonho.;
e és rude no alto mar. Também, secreta,
minh´alma é bruta. E a face eu me componho.
Ferve-me, no imo, a tempestade inquieta
que te agita aos tormentos mais medonhos.
Como a ti nas marés, o luar me afeta.
Como as ondas, revoltos são meus sonhos.
Amo-te, oh, mar! És meu irmão de crença!
Ouço-te a murmurar preces na areia.
Vejo-te, a erguer os braços para os céus!
Também tenho tua fé. Minh´alma incensa
o Ser que fez tudo o que nos rodeia:
O céu, a terra e o mar. Adoro a Deus!
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